quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Indicadores Subjectivos. Vale ou não a pena medir?

O termo métrica conduz-nos forçosamente a expressões envolvendo números e ordens de grandeza, pois a medição implica uma estimativa. Percentagem de clientes satisfeitos ou Total de vendas de um produto são exemplos de estimativas. Estes e outros valores quantitativos, resultantes das medições invadem os relatórios dos decisores diariamente. Mas será que tudo é mensurável quantitativamente? Será que podemos medir a nossa felicidade? Dizer que sou 10% mais feliz que outra pessoa,fará sentido? Como poderemos então medir aspectos extremamente subjectivos como a felicidade?

A subjectividade é uma propriedade de uma percepção sobre um objecto realizada pelo individuo, de acordo com a experiência deste com o objecto, ou seja de acordo com um certo grau de influencia. Isto significa que, para um universo de N pessoas, a noção de felicidade não é tão directa como 2+2 ser igual a 4. Quando nos deparamos com esta dificuldade de medir a subjectividade, é frequente recorrer à objectividade das métricas quantitativas para alcançar a tão desejada métrica qualitativa. Por exemplo, podemos medir a forma física através do número de dias de treino por semana. Mas, se uma pessoa com 140Kg treinar todos os dias estará em melhor forma fisica que uma pessoa que tem 70Kg e que treina 2x por semana? As métricas quantitativas por si só não são suficientes para medir uma qualidade. É necessario também os atributos e os contextos que lhe permitam atribuir um significado!

Deste modo, em que situações pode ser benéfico medir a subjectividade? •Para melhorar ou aumentar a experiência adquirida no estudo de um problema •Quando queremos aprofundar o conhecimento sobre um problema. Por exemplo, tópicos como a religião, pena de morte,etc… •Para obter bastante detalhe sobre o problema

Faz sentido medir os indicadores subjectivos! A medição deste tipo de indicadores permite fornecer uma riqueza de detalhe sobre os problemas que os indicadores objectivos por si só não permitem. A medição qualitativa permite perceber o "Porquê" do evento ter ocorrido e não apenas o seu resultado. É extremamente importante percebermos o porquê de tal resultado ter sido alcançado. O conhecimento e a sabedoria podem surgir daí! A mais valia surge, portanto, quando complementamos a medição de indicadores objectivos com a de indicadores subjectivos: combinar "O quê" quantitativo com o "Porquê" qualitativo. A medição qualitativa pode em muitos casos ser determinante para avaliar quais as necessidades de dados e análises quantitativas a usar. Apesar dos indicadores subjectivos serem muito difíceis de quantificar, existem técnicas de investigação que facilitam esta tarefa, como são os casos das entrevistas, sondagens, casos de estudo, etc.

2 comentários:

Zézinha_Trig disse...

Gostei, nais do que medir a subjectividade eu diria que é medir objectos complexos e mal definidos.

Filipe Nunes disse...

Excelente!

Mais vale termos uma medida subjectiva (fuzzy) do que não termos medida nenhuma.