quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Conhecimento Implicito e Explicito

Antes de falar sobre o conceito de conhecimento e as suas variantes, gostaria de enquadrar inicialmente este conceito numa hierarquia de informação, também chamada DIKW. Os Dados representam as observações
A Informação contextualiza os Dados
O Conhecimento demonstra como usar a Informação
A Sabedoria diz-nos quando usar o Conhecimento

Porque é que o Conhecimento contextualiza a Informação? Podemos descrever algo que não é verdadeiro? algo que não foi observado? Platão formulou o conhecimento como “uma crença verdadeira e justificada”. A crença representa a parte subjectiva no conhecimento e, como tal, está associada a dois estados: verdadeiro ou falso (não é por acaso que Platão reforça a palavra verdadeira). A justificação surge na afirmação como a parte normativa do conhecimento pois ao justificarmos uma crença estamos a defender um ponto de vista em que acreditamos, tem haver com uma responsabilidade intelectual.

Existem dois tipos de conhecimento: explicito e implicito. O conhecimento explicito pode ser considerado como toda a crença verdadeira e justificada que pode ser expressada ou formalizada de uma forma perceptível para o ser humano e que não está necessáriamente associada ao individuo. Por outro lado, o conhecimento implicito está fortemente associado à experiência individual, sendo dificil de formalizar e expressar as vivências pessoais do sujeito: o “know-how”. Por exemplo, um chefe de cozinha 3 estrelas Michellin terá dificuldade em expressar anos de experiência de cozinha, pois muito do que aprende no seu dia-a-dia não é transmissivel num livro (produtos dos nossos sentidos – olfato,paladar-,por exº.). O conhecimento implicito é,portanto, algo que se constroi sobre o próprio conhecimento explicito e que atribui um cariz individual a este, representando a forma como o individuo percebe o que o rodeia.

Um bom teste sobre o vosso conhecimento implicito. Fechem os olhos e tentem tocar com o vosso dedo indicador na ponta do nariz. Foram bem sucedidos? E qual foi a mão que usaram? A vossa melhor mão? (Por exº a direita caso sejam destros) ? ou a pior?

Pois bem, quer tenham acertado ou não na ponta do vosso nariz, vocês usaram o vosso conhecimento implicito pois mesmo de olhos fechados vocês sabem onde fica o vosso nariz! Mas mais interessante é a seguinte questão: qual foi a mão que usaram? Se forem destros provavelmente usaram a vossa mão direita mas...porque não usaram a outra mão? A vossa pior mão? Ao longo dos anos, nas enumeras situações que vivemos, vamos criando regras,padrões no nosso cérebro que nos permitem acelerar as nossas respostas sempre que voltamos a experienciar essas situações. Dá a sensação que nem sequer pensamos quando agimos, tal a rapidez com que respondemos. Mas nem tudo é positivo nestas regras ou padrões criadas no nosso cérebro. Já pensaram como seria a experiência se usassem a vossa pior mão? Será que o fariam com maior rapidez e pontaria? Que novo conhecimento poderemos estar a ignorar devido a estas regras que temos assumidas no nosso (sub-)consciente?

Sem comentários: